Dar à luz: entregar para o céu, para o mundo, para a vida.
Carregar outro ser humano dentro de mim tem sido uma experiência de reencontro comigo mesma, de confirmação dos meus valores e, principalmente, de reafirmação de tudo o que o Rafa e eu decidimos construir juntos – é nos mínimos gestos do dia a dia que vemos o quanto nos tornamos uma família de verdade.
Quando eu estou muito cansada (o que é quase sempre), ele traz o copo d’água que eu não consegui buscar, providencia alguma coisa pra gente jantar. Quando eu me desespero num dia mais emocional e, sim, choro abertamente no meio de uma loja de carrinhos de bebê, ele não permite que eu me desculpe ou explique mais uma vez que a gravidez faz coisas malucas com a gente: ele só me abraça e diz “eu sei, babe, tô grávido também”.
Quem literalmente vai dar o Gabi à luz sou eu, mas é o Rafa quem tem mantido as nossas luzes acesas para que eu possa cumprir com a minha missão de trazer essa pessoinha cá para fora. Nessas horas eu olho pra ele e me dou conta de que, mesmo sem a enxurrada de hormônios, mesmo sem os constantes chutes nas costelas e mesmo sem a azia from hell ele também está em plena metamorfose. Nasce o filho e, com ele, nascem um pai e uma mãe.
Babe, te amo ida e volta. E isso é muito, muito mesmo.